terça-feira, 27 de abril de 2010

uma forma de ilusão



às vezes gosto de prolongar momentos e memórias boas para que elas me possam ficar gravadas na pele. passear ao pé do mar e deixar correr como num filme animado as imagens e pedaços de mim que eu gosto de reter ou de sonhar. só o mar sabe o meu mais íntimo segredo ou as minhas ilusões, confiadas entre espumas que vêm e vão numa avidez permanente. segredos meus, segredos tantos ou tão poucos ou só mesmo um – quem os não tem? – segredos tão nossos que parece que se avivam quando se ouve o rebentar de uma onda menos suave.

deixo-me envolver pelos salpicos da água salgada, pelo ar fresco que quase me sopra à alma e por ténues raios de sol que lentamente escondem o sol antes do anoitecer. embalo-me no tempo e nas horas e tem dias que me apetece deitar e dormir com esse sol lá na linha do horizonte  - e que vai de-sa-pa-re-cen-do tão len-ta-men-te a per-der de vis-ta - como que numa forma de me iludir com todos os meus sonhos e acreditar que um dia - sim, eles virão a ser realidade.

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