deixo o verão entrar em mim de mansinho e escondo-me em pensamentos distantes. estou distante. distante dos dias em que me exaltava com a fúria das ondas e distante desse teu lado mais pragmático. às vezes é necessário distanciarmo-nos um pouco das coisas para as conseguirmos ver melhor; nem demasiado perto, nem demasiado longe. continuo a sorrir de manhã com o sol e com o vento e com os cabelos desgrenhados dos meus filhos. sorrio aos dias e aos entardeceres longos, apetece-me beijar um desconhecido, apetece-me deixar ser levada por um balão de ar....
os dias quentes não me fazem mais feliz (sempre gostei mais dos dias amenos do outono) mas o pôr do sol no verão seduz-me de forma assustadora. olho para ti, para o mar, para os outros; olho para mim própria enquanto brindamos serenos a qualquer coisa que ainda sabemos nos faz estar juntos, mas também olho mais além para aquela ideia de que estamos distantes.
"nem demasiado perto, nem demasiado longe....", e então parece que a brisa do tempo e que emana do teu corpo me faz agarrar os dias e não deixar que eles se distanciem demais.
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