quinta-feira, 10 de março de 2011




avanço no tempo e nos dias como se a minha vida fosse um desafio. enquanto corro por aí tentando derrubar limites visualizo o filme da minha pessoa e das pessoas que contracenam comigo. a minha mente não pára, assim como não deixo que as pernas o façam. revejo-me no hoje e no ontem e no amanhã enquanto sinto o som das passadas pesadas que vão batendo no chão. parece tudo mais simples enquanto corro. parece que todos os sonhos fazem sentido e que todas as desilusões não merecem sequer ser lembradas. espreito o verde do parque e o azul do mar que se aproxima, deixo o meu coração palpitar enquanto sorrio com certos devaneios, sorrio para os meus amigos joggers do costume, inspiro forte o ar da manhã que me enche de energia. sinto-me eu. deixo-me ser eu. gostava de ser eu sempre em todos esses ínfimos momentos que às vezes extravasam. e tantas vezes. tantas vezes me apetece extravasar, quebrar todas essas barreiras do fio certinho da vida, esse dever ser, esse tem de ser, essa sombra que paira sobre nós e que exige que nós sejamos tão previsíveis.
continuo a cansar o corpo enquanto a minha respiração arfa mais forte. quase que quero parar e dizer que não consigo mais, mas a minha vida é muito mais do que isso. é sempre ir mais além e eu sei que quero ir. deixo as pernas irem, deixo os meus pensamentos seguirem, deixo ir-me na corrente do desafio enquanto sei que sem estes momentos era impossível eu ser feliz.

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