terça-feira, 16 de março de 2010

"vamos ter um cão, não vamos, mãe?"


photo daqui

não me apeteceu sequer fazer muita conversa. dei por mim a silenciar-me e simplesmente a tentar não ser antipática para com o colega do meu marido acabado de me ser apresentado. nem sequer foi só pela antipatia física, essa que também pesou, mas mais pelo desenvolvimento da conversa e pela ostentação exacerbada com que o senhor falava e gesticulava, fazendo questão de se vangloriar a todo e qualquer minuto do que fazia e acontecia.
estava no outro oposto de mim, aquela pessoa que acabava de conhecer ali à saída do "nosso" café, e é engraçado como às vezes tenho tanto prazer em conhecer pessoas novas e entrar em mundos diferentes....e outras vezes, parece que deparamos com um universo de ideias e vivências que simplesmente não, obrigada.

a minha atenção centrou-se num labrador preto, lindo, de pêlo luzidio e coleira vermelha, que se aproximava com a cauda a abanar. curiosamente parou perto de mim e não pude deixar de lhe fazer umas festinhas. era um cão lindo e meiguinho, tal e qual o cão com que os meus filhos sonham todos os dias.

“vamos ter um cão, não vamos mãe?”, bombardeiam-me sempre e a qualquer hora.

entretanto o cão seguiu o dono, que acabava de passar por nós, deixou um breve sorriso, continuando caminho.
fiquei a vê-los afastarem-se, o cão sempre com a cauda a abanar, o dono com passadas seguras, e assim do nada, aquele cão e aquele dono animaram o meu dia, ficando gravados em mim como numa fotografia feliz.

engraçado como há certas imagens reais às quais nunca ficamos indiferentes.

1 comentário:

Luísa A. disse...

Não vejo melhor compensação para um momento de tédio com um Yuppie feio, ostentativo e chato do que um momento de entendimento subtil com um Labrador bonito, humilde e afável, Silent Words. :-)