quinta-feira, 18 de março de 2010

dias


photo daqui

tinha dias em que tudo lhe fazia sentido, como as ondas que chegam e partem umas a seguir às outras, umas grandes outras mais pequenas como que a falar em surdina, e que lhe serenavam os pensamentos.
depois havia os outros, aqueles dias de tempestade, tanto em terra como no mar e mais ainda dentro dela própria, em que ela olhava para dentro de si mesma e sentia que tudo o que tinha caminhado até ali não fazia sentido algum. sentia-se pequenina, frágil, desmoronava-se em lágrimas e quase tinha vontade de gritar, simplesmente gritar.
acalmava-se sempre já a noite lhe fazia companhia, em que olhava a lua e a sentia sua amiga, e em que a sorver uma chávena de chá bem quente sentia os sussurros lá longe do mar a dizer: vai tudo ficar bem, amanhã é outro dia.
enroscava-se na sua cama quentinha, mas vazia dele, fechava os olhos para adormecer sem grandes ilusões, mas era sempre para ele que iam todos os pensamentos a todas as horas do seu do dia. o seu amor impossível.

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